sábado, 30 de abril de 2016

A MAIS REMOTA HISTÓRIA DA VILA DE APOTI - (Parte I)


Vista panorâmica da Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil
Encrustada na região da Zona da Mata Norte Pernambucana
Fotografada da Serra do Balanço, por Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B 


INTRODUÇÃO 

Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
(Monge Beneditino)

Minha intenção na transcrição deste relato é dá mais clareza aos seus textos porque quando foram escritos, alguns pormenores precisariam ser explicados. Pois sem estas partes explicadas, os textos de origem ficariam obscuros em alguns pontos de sua narração. Eles foram escritos de uma só vez, tendo início no dia 11 de janeiro do ano 2000, e finalizados em 13 de janeiro do mesmo ano.


Esta primeira parte são relatos de várias pessoas avançadas em idade, que contavam as suas lembranças referentes a este querido povoado de Apoti. Foi escrita pelo Irmão José Francisco dos Santos, O.F.S. 


Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B, monge beneditino da 
Arquiabadia de São Sebastião 
(Mosteiro de São Bento da Bahia) 
Salvador, Bahia – Brasil.

Vista panorâmica da Vila de Apoti - PE 
Fotografada da Serra do Balanço, por Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Panorama com vista do Açude Salgado ao fundo a Serra da Passira 
Fotografada da Serra do Balanço 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Panorama com vista do Açude Salgado 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

HISTÓRIA DA VILA
Não se sabe de certeza a origem da capela de Apoti. O que chegou até nós foram histórias contadas pelas pessoas mais antigas. Elas contam que a Igreja de Duarte Dias, como era chamada antes, foi construída em 1905. Iniciada esta construção em 1903, foi concluída em 1905. Antes, porém, alguns afirmam que já existia uma pequena capela no local da atual Igreja. Conta-se que atrás da mesma havia um cemitério (o qual foi comprovado quando da construção da nova sacristia no ano de 1994-1999, encontrando aí ainda restos mortais). A capela de 1905 foi construída pela família Sotero de Farias cujos restos mortais se encontram em um jazigo na capela. Mais tarde ela foi reformada pelo Padre Pedro de Souza Leão Filho (1949). 

De 1905 até o Pe. Pedro S. L. Filho, a história de Duarte Dias (como era chamado aquele povoado), é um pouco obscura. Portanto, não me atrevo a escrevê-la, pois correria o risco de aumentar ou diminuir os fatos ocorridos.


No passado, Apoti era um lugar de muito trabalho e de um povo fervoroso. A capela (comunidade orante como ainda hoje a chamamos) era viva e Jesus já habitava ali no Santíssimo Sacramento (seus habitantes já haviam se esquecido disso); havia vários movimentos religiosos, tais como: Filhas de Maria, Apostolado da Oração, etc. Vindo mais tarde esta comunidade a se reduzir simplesmente a uma Missa uma vez cada mês. A fé do povo desaparecera. O Santíssimo Sacramento foi recolhido e alguns membros já cansados deram mesmo assim continuidade a fé, como no tempo de Noé. O povo tornou-se frio e indiferente. A fé era restrita a procissões que era feitas de vez em quando, e a fitas e velas. O processo de Apoti estava em zero; já não existiam as fábricas de raspas, nem as lojas de tecidos finos, já não existiam as farmácias nem as padarias da época. O povo estava se distanciando de Deus! Na verdade era a fé que estava faltando naquele povo. A capela estava praticamente abandonada. As imagens dos santos estavam desbotadas e sujas devido a fumaça das velas que acendiam sobre o altar. O altar estava coberto de cera das velas e sujeiras de morcegos por todos os lados. O crucifixo era desprezado, enquanto, a imagem de São Sebastião parecia adorada. 



Dez velhos bancos eram a mobília da capela, cinco de um lado e cinco do outro. Na sacristia, um móvel velho guardava os paramentos antigos, (destes paramentos litúrgicos alguns foram guardados até ~1999, hoje não a capela não possui mais nenhum), e o cálice com alguns castiçais. Também ali era guardada a Pedra Dara (pedra do altar contendo a relíquia de algum santo mártir), que já se encontrava violada. Porém, quando tudo parecia estar terminado, Deus envia uma solução; quando tudo parece estar nas trevas, o bom Deus envia uma luz e essa luz enviada chegou na hora exata. Essa luz foi a senhora Josefa Morais Nogueira e seu esposo o senhor José Reis Nogueira Filho

Eles e, sobretudo ela, (Dona Zezé), como era chamada, em comunhão com os Padres, de início Pe. Manuel Barbosa da Silva Bayher (1977); assumiu os trabalhos da capela restaurando-a no que podia, a começar pelo forro de caliça, depois pela limpeza externa e interna, estendendo-se pelos arredores da mesma onde era o lixão da vila.


Depois de cuidar da Igreja pedra, eles partem para a restauração da igreja viva. Conscientiza de início o povo que a fé deve ser autêntica e não piega, de velas e fitas apenas. Remove o altar de São Sebastião que era praticamente adorado pelo povo, como foi dito acima, e dele faz um altar para celebra o Santo Sacrifício da Missa, pois não havia altar na capela para este fim. Dentre as imagens Dona Zezé valoriza como primícia a de Jesus Crucificado. E conscientiza o povo sobre o que é ser Igreja. 

A capela é dedicada a Santo Antônio de Pádua, mas o povo rendiam culto exclusivo a São Sebastião. Estes não tinham conhecimento do seu padroeiro e, isto foi uma das tarefas que Dona Zezé se empenhou; tornar conhecido seu padroeiro, rendendo-lhe o culto devido. 


Ela assumiu a catequese para crianças, jovens e adultos. Assim desenvolve um trabalho de acompanhamento aos enfermos, levando para eles alimento material e espiritual. Prega contra o desrespeito que era demasiado em relação àquela capela; luta contra o indiferentismo religioso. Cria encontros e celebrações nas casas, dá início a Celebração da Palavra aos domingos; promove o auxílio as famílias carentes da comunidade, enfim a luz que o povo estava necessitando.

No ano de 1980, o Pe. Adolfo Lipiec (1979) a apresenta para a comunidade como dirigente da capela. O povo a recebe com um caloroso aplauso. Na verdade ela soube ser uma cristã autêntica que levantou a moral cristã da comunidade de Apoti até os nossos dias. 


Vila de Apoti – 1º distrito de Glória do Goitá – Pernambuco – Brasil
11 de janeiro do ano 2000
Assunto de: Irmão José Francisco dos Santos, O.F.S

Revisado por: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Mosteiro de São Bento - Salvador – Bahia 21 de janeiro de 2010
  
 
Uma das entrada da Vila de Apoti 
(Rua Avenida Brasil) 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Rua Santo Antônio - principal da Vila
(Rua Santo Antônio)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Rua Santo Antônio vista de outro ângulo 
(Rua Santo Antônio)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 Rua Santo Antônio - com seu belo sobradinho da primeira metade do século XX 
(Rua Santo Antônio)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B


Vista Lateral da Capela de Santo Antônio (1903-1906)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B


 Celebração do Santo Sacrifício da Eucaristia pelos Padres Frei José Francisco MsS, presidente da celebração, sua primeira Missa nesta Vila, Pe. Sergio, Pe. Aluísio, Pe. Adriano (concelebrantes) com a presença de 
Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Fachada da Capela de Santo Antônio de Pádua – Vila de Apoti – Pernambuco 
Desenho de Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B, monge beneditino – Arquiabadia de São Sebastião (Mosteiro de São Bento) – Salvador – Bahia – Brasil.

Dom Gilvan Francisco, O.S.B, em visita a família e a sua cara Vila de Apoti - 2016

Altar-mor da Capela 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Vista da nave da Capela
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
 
Os belos arcos da Capela
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

O belíssimo piso da Capela
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Dom Gilvan Francisco, O.S.B, na sua querida Capela onde nasceu sua vocação monástica o qual foi seu zelador por muitos anos. 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Dom Gilvan Francisco em visita a sua Vila de Apoti (Rua Santo Antônio)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Os belos casarões da nossa querida Vila de Apoti (Rua Santo Antônio)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Vista da rua Santo Antônio
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 Pracinha com seu belo e antigo Coreto
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B
  
Altar-Mor com a imagem do seu Padroeiro e novo Sacrário (em bronze) 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Antigo Sacrário da Capela de Santo Antônio em Apoti - PE
(madeira)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
Imagem de Santo Antônio nosso querido Padroeiro 
(em gesso policromado)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
 Detalhe da bela imagem de Santo Antônio nosso querido Padroeiro
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Antiga imagem de São José de Botas (Altar-Mor)
(madeira policromada)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Antiga imagem da Imaculada Conceição (Altar-Mor)
(madeira policromada)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Antigo Missal em língua latina pertencente a Capela, com capa em couro e artisticamente dourado.
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Jazigo com os restos mortais de José Sotero de Farias, construtor desta Capela e de seu filho José Sotero de Farias Filho 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Jazigo com os restos mortais de José Sotero de Farias (1852-1903)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Jazigo com os restos mortais de José Sotero de Farias Filho (1882-1904)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
Pia Batismal da Capela 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
Pia Batismal 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
 Pia Batismal e a grande Cruz confeccionada para as santas missões 
e antiga Via-Sacra
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
Crucifixo da Capela de Santo Antônio, Apoti 
(em gesso)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
 Josefa Morais Nogueira (Dona Zezé) quando jovem 
(Restauradora da comunidade de Apoti)

Josefa Morais Nogueira (Dona Zezé) quando jovem 
Paulista, Recife - Pernambuco

Josefa Morais Nogueira (Dona Zezé) quando jovem 
Paulista, Recife - Pernambuco

 
José Reis Nogueira Filho como saldado quando jovem 

Casamento de José Reis Nogueira Filho e Josefa Morais Nogueira (Dona Zezé)
Paulista - Recife - PE.

 
José Reis Nogueira Filho e Josefa Morais Nogueira (Dona Zezé) 
Vila de Apoti, Pernambuco - Brasil. 

Imagem de São Sebastião o co-padroeiro da capela de Santo Antônio o qual é muito venerada na capela de Apoti. 
(em gesso)
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Altar que Dona Zezé adaptou para que fosse celebrado o Santo Sacrifício da Missa. 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
Detalhe da imagem de São Sebastião
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
Detalhe da imagem
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Procissão de São Sebastião – janeiro de 2013
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 Procissão - janeiro de 2015
  
 Nave com vista dos arcos e do coro superior da Capela 
 Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 Vista do coro superior da Capela 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 Altar da celebração do Santo Sacrifício da Missa e Ambão (mesa da Palavra) 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
 Detalhe do Altar da Celebração Eucarística 
com o Sagrado Coração de Jesus em bronze
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

 
Antiga imagem do Padroeiro Santo Antônio de Pádua 
(madeira policromada) 
Foto: Dom Gilvan Francisco dos Santos, O.S.B

Ut In Omnibus Glorificetur Deus (RB 57,9)